Em 2023, 13,3% dos adultos portugueses participaram em ações de educação e formação
setembro de 2024
A participação da população adulta em programas de formação e a aprendizagem ao longo da vida têm um papel crucial, sobretudo dadas as alterações no mercado de trabalho e os progressos tecnológicos verificados nas últimas décadas. Entre elas, a transformação digital e a automação dos processos provocaram alterações qualitativas no que diz respeito ao perfil da procura de competências.
A aprendizagem ao longo da vida refere-se a todas as atividades de aprendizagem intencional ou não, desenvolvidas ao longo da vida, em contextos formais, não-formais ou informais, com o objetivo de adquirir, desenvolver ou melhorar conhecimentos, aptidões e competências, numa perspetiva pessoal, cívica, social e/ou profissional.
Menos adultos participaram em ações de educação e formação em 2023
Em 2023, 13,3% da população portuguesa entre os 25 e os 64 anos reportou ter participado em programas de educação ou formação, um valor ligeiramente inferior ao registado no ano anterior (13,4% em 2022).
Não obstante, ao longo da última década, a percentagem de adultos que participaram em ações de educação e formação registou – com exceção de 2020 durante a pandemia (9,9%) – um crescimento contínuo, aumentando de 9,7% em 2014 para 13,4% em 2022.
A evolução entre 2014 e 2023 foi impulsionada, sobretudo, pelas mulheres, ao registarem um crescimento de 4,1 pontos percentuais (de 9,9% em 2014 para 14% em 2023), acima dos 3,2 pontos percentuais dos homens (de 9,4% em 2014 para 12,6% em 2023). De facto, para qualquer um dos anos analisados – com exceção de 2015 –, a participação das mulheres em programas de educação ou formação foi sempre superior à dos homens.
A taxa de participação em Portugal foi superior à média europeia
Apesar de, em 2023, a participação dos adultos portugueses em programas de educação ou formação ainda estar abaixo do objetivo traçado pela União Europeia, para 2020 (pelo menos, 15% dos adultos a participarem em ações de educação ou formação) os valores de Portugal (13,3%) foram superiores aos da média europeia (12,8%), em cerca de 0,5 pontos percentuais. Não obstante, Portugal ainda se encontra bastante longe dos países que estão na vanguarda, neste indicador, nomeadamente a Suécia e a Dinamarca, que apresentaram taxas de participação superiores a 30%, em 2023.
A participação é superior entre os adultos mais escolarizados
Uma tendência comum à maioria dos países europeus é o facto de a taxa de participação ser superior entre os adultos com mais escolaridade, ou seja, entre a população com o ensino superior. Em Portugal, entre os adultos com este nível de ensino, a taxa de participação na aprendizagem ao longo da vida foi de 24,5%, um valor superior ao da generalidade da população em 11,2 pontos percentuais.
Considerando apenas este grupo com qualificações superiores, a participação em Portugal também foi superior à da média europeia (21%). Este resultado mostra que os diplomados do ensino superior beneficiam, não só por possuírem um nível de educação mais elevado no início da sua carreira profissional, mas também pela sua maior participação em ações de formação ao longo da sua vida ativa.
Entre os adultos menos escolarizados (apenas com o ensino básico), a participação em ações de educação e formação foi muito mais baixa (5,6%), mas ligeiramente superior à média europeia (5,2%) para o mesmo nível de educação.
No EDUSTAT é possível explorar outros indicadores relacionados com a formação de adultos, nomeadamente: