Estudantes no ensino superior aumentaram 24% na última década
março de 2025
O número de estudantes no ensino superior aumentou de forma substancial nos últimos anos. De acordo com os dados da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGGEC), mais de 448 mil estudantes estavam inscritos no ensino superior em 2023/2024, um número 24% superior aos 362 mil inscritos registados 10 anos antes, em 2013/2014.
Com exceção da redução de 3% entre 2013/2014 e 2014/2015, ainda durante a crise financeira, os dados demonstram um crescimento contínuo do número de inscritos nos anos subsequentes. Entre 2014/2015 e 2023/2024, o número de alunos no ensino superior cresceu mais de 28%, o que se traduziu num aumento superior a 98 mil estudantes neste período, de 350 mil em 2014/2015 para 448 mil em 2023/2024.
A maioria dos estudantes no ensino superior são mulheres
Em 2023/2024, 54% dos estudantes no ensino superior eram mulheres, seguindo a tendência dos anos anteriores onde as mulheres representavam a maioria dos inscritos. O crescimento na última década – entre 2013/2014 e 2023/2024 – também foi superior nas mulheres (25%) em comparação com os homens (22%), acentuando, ainda mais, as discrepâncias entre géneros.
O crescimento do número de estudantes foi superior no ensino politécnico e no ensino privado
Independentemente da natureza (público ou privado) ou subsistema (politécnico ou universitário), todos os tipos de ensino registaram um aumento dos estudantes na última década. Não obstante, esta variação não foi uniforme.
No que concerne às diferenças na natureza do ensino, a variação entre 2013/2014 e 2023/2024 foi superior no ensino privado (47%) em comparação ao ensino público (19%). Apesar disso, os estudantes do público continuaram a ser a maioria, ao representarem cerca de 80% do total dos estudantes inscritos face aos 20% do ensino privado, em 2023/2024.
Já no caso das diferenças a nível do subsistema de ensino, o crescimento na última década – 2013/2014 e 2023/2024 – foi inferior no ensino universitário (17%) em relação ao ensino politécnico (37%). Não obstante, cerca de 2 em cada 3 estudantes encontrava-se, em 2023/2024, a estudar no ensino universitário (64%) em comparação com o ensino politécnico (36%).
A maioria de estudantes no ensino superior estão em licenciaturas
Analisando a distribuição dos inscritos no ensino superior por ciclo de estudos, verifica-se que mais de metade dos estudantes (62,4%) encontrava-se, em 2023/2024, em cursos de licenciatura, 18,5% em cursos de mestrado e 7,8% em cursos de mestrado integrado. Os restantes ciclos de estudo representaram menos de 12% do total dos inscritos, designadamente os estudantes de doutoramento (5,8%) e os CTeSP1(4,9%).
No caso das áreas de educação e formação, a maioria (57,2%) dos estudantes estavam concentrados em três áreas: ciências empresariais e direito (21,7%), engenharias e construção (19,9%) e saúde e proteção social (15,6%). Seguiram-se as áreas das ciências socias e jornalismo) e artes e humanidades, com 11,5% e 10,2%, respetivamente. Apesar do crescimento registado nos últimos anos, os estudantes das tecnologias da informação e comunicação ainda representavam apenas 3,6% do total de alunos inscritos no ensino superior.
No que toca às especificidades dos estudantes relativamente a questões socioeconómicas e de estatutos especiais, 14,8% dos estudantes inscritos no ensino superior eram bolseiros e 9,6% tinham o estatuto de trabalhador-estudante em 2023/2024. Face a 2013/2014, a percentagem de bolseiros no ensino superior aumentou 1,1 pontos percentuais (13,7% em 2013/2014) e a proporção de alunos com o estatuto de trabalhador-estudante manteve-se praticamente inalterada (9,4% em 2013/2014).
Mais de nove em cada dez alunos estudam em instituições do ensino superior da Área Metropolitana de Lisboa, região Norte e Centro
No que à localização geográfica diz respeito, mais de nove em cada dez (91,4%) alunos do ensino superior estudavam em instituições na Área Metropolitana de Lisboa (37,3%), região Norte (33,6%) e Centro (20,5%) do país. O peso conjunto das restantes regiões foi inferior a 10%, quer no Alentejo (4,4%), Algarve (2,6%) e das regiões autónomas da Madeira (0,9%) e dos Açores (0,7%).
Indicadores a explorar no EDUSTAT:
- Estudantes do ensino superior por sexo
- Estudantes do ensino superior por natureza da instituição
- Estudantes do ensino superior por subsistema de ensino
- Estudantes do ensino superior por área de educação e formação
- Estudantes do ensino superior por nível de formação
Referências:
1 Os Cursos Técnicos Superiores Profissionais (CTeSP) são ciclos de estudos superiores não conferente de grau académico de curta duração (2 anos) que foram criados em 2014, com uma forte índole regional e oferecidos unicamente em escolas do ensino politécnico, com os objetivos de alargar e diversificar a oferta de ensino superior bem como o de atrair novos públicos, designadamente jovens oriundos do ensino secundário profissional e adultos que buscam adquirir conhecimentos mais técnicos e direcionados para o mercado de trabalho.