EDUSTAT - Risco de desemprego é maior entre os menos qualificados

Risco de desemprego é maior entre os menos qualificados

março de 2025


A taxa de desemprego reduziu em 2024, quer entre os homens como nas mulheres

A taxa de desemprego reduziu, em 2024, para os 6,4%, um valor ligeiramente abaixo dos 6,5% registados em 2023. Com exceção de 2022 – 6,1% –, esta foi a taxa anual de desemprego mais baixa dos últimos 13 anos.

Tanto nos homens como nas mulheres, a taxa de desemprego recuou 0,1 pontos percentuais entre 2023 e 2024. Não obstante, o risco de desemprego continua a ser superior nas mulheres (6,8%) em comparação aos homens (6%).



A taxa de desemprego aumentou entre os mais jovens

A queda da taxa de desemprego a nível nacional em 2024 face ao ano anterior não se verificou para todos os grupos etários. De facto, entre os jovens dos 16 aos 24 anos verificou-se o oposto, com a taxa anual a aumentar mais de 1,1 pontos percentuais – de 20,5% em 2023 para os 21,6% em 2024. Também na faixa etária dos 45-54 anos, a taxa aumentou de 4,4% para 4,6% neste período. Nos restantes grupos etários, o desemprego registou uma redução, destacando-se com uma queda mais acentuada a faixa etária entre os 25 e os 34 anos, de 7,8% em 2023 para 7,3% em 2024, um decréscimo de 0,5 pontos percentuais.

Os jovens que estão no mercado de trabalho há menos tempo continuam a estar mais expostos a um maior risco de desemprego, refletindo a dificuldade de transição entre o sistema de ensino (Secundário ou Superior) e o mercado de trabalho. No caso do grupo etário dos 16 aos 24 anos, a taxa de desemprego em 2024 foi mais do triplo da população em geral1 (21,6% e 6,4%, respetivamente). Os indivíduos dos 25-34 anos também estão mais vulneráveis, ao apresentarem uma taxa de desemprego (7,3%) cerca de 0,9 pontos percentuais acima da média nacional. Para os restantes grupos etários, com 35 ou mais anos, a taxa de desemprego foi igual ou inferior a 5% em 2024.



O risco de desemprego é maior entre os menos qualificados

A população com menos qualificações apresenta um maior risco de desemprego. Em 2024, a taxa de desemprego dos indivíduos com ensino Básico (2.º ou 3.º ciclo) ou Secundário foi superior a 7,3%, um valor 2,6 pontos percentuais acima dos que têm ensino Superior (4,7%).

Entre os jovens dos 25 aos 34 anos, os menos qualificados são também os mais vulneráveis. A taxa de desemprego dos jovens com ensino Básico – 2.º ciclo ou 3.º ciclo – foi, em 2024, de 19,3% e 8,9%, respetivamente. Por oposição, a taxa de desemprego dos jovens desta faixa etária com ensino Superior fixou-se nos 5,8% no mesmo período.

Face a 2023, a taxa de desemprego aumentou entre a população com ensino Superior, quer entre os jovens dos 25 aos 34 anos (de 5,4% para 5,8%), quer entre a população em geral1 (de 4,5% para 4,7%) e, no sentido inverso, reduziu, em ambos os grupos etários, entre os que têm ensino Secundário.



A taxa de desemprego foi superior na Península de Setúbal

Em 2024, verificaram-se algumas assimetrias regionais a nível da taxa de desemprego. A Península de Setúbal destacou-se das restantes regiões por apresentar uma taxa de desemprego de 8%, ou seja, 1,6 pontos percentuais acima da média nacional (6,4%). Também o Oeste e Vale do Tejo (6,7%), a região Norte (6,5%) e a Grande Lisboa (6,5%) registaram um risco de desemprego ligeiramente acima da média nacional. No sentido inverso, a taxa de desemprego foi inferior a 6% nas regiões autónomas (5,6%), no Algarve (5,7%), no Alentejo (5,8%) e na região Centro (5,8%).

Comparando com 2023, a taxa de desemprego reduziu em 6 das 9 regiões do território português, destacando-se a queda mais acentuada na Região Autónoma dos Açores (de 6,5% para 5,6%: 0,9 pontos percentuais) e na região Norte (de 7% para 6,5%: 0,5 pontos percentuais). Em contrapartida, aumentou nas regiões Centro e do Oeste e Vale do Tejo mais de 0,5 pontos percentuais.



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Referências:

1 População em geral: população entre os 16 e os 74 anos.