EDUSTAT - Quase metade dos docentes do ensino superior têm mais de 50 anos

Quase metade dos docentes do ensino superior têm mais de 50 anos

janeiro de 2025

Docentes do ensino superior aumentaram 23% na última década

O número de docentes do ensino superior tem vindo a crescer ao longo dos últimos anos. De acordo com os dados da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC), no ano letivo 2023/2024 eram mais de 41 mil os docentes em instituições do em ensino superior em Portugal, um valor 23% superior ao registado 10 anos antes, em 2013/2014.

Depois da redução de 4% entre 2013/2014 e 2014/2015, os dados ilustram um crescimento contínuo nos anos letivos subsequentes. Entre 2014/2015 e 2023/2024, o número de docentes cresceu mesmo cerca de 28%, o que se traduziu num aumento de 9 mil docentes neste período, de 32 mil em 2014/2015 para 41 mil em 2023/2024.

O crescimento do número de docentes foi acompanhado, também, pelo aumento do número de estudantes no ensino superior ao longo da última década. Entre 2014/2015 e 2023/2024, os estudantes do superior aumentaram 25%, um crescimento em linha com o dos docentes no mesmo período (28%), o que fez com que, o rácio de estudantes por docente no ensino superior não tenha sofrido oscilações muito significativas nos últimos anos: em 2023/2024, o rácio foi de 11 estudantes por cada docente do ensino superior.



Aumento de docentes foi superior no ensino público politécnico

A variação do número de docentes na última década foi bastante díspar entre o ensino público e privado: enquanto no público os docentes aumentaram 32% entre 2013/2014 e 2023/2024, no privado verificou-se o oposto, com o número de docentes a decrescer cerca de 2% no mesmo período. De facto, 79% dos docentes encontrava-se, em 2023/2024, a lecionar em instituições do ensino superior público, uma diferença substancial face aos 21% do ensino privado.

No que concerne às diferenças entre o ensino universitário e politécnico, ambos os ensinos tiveram um aumento significativo no número de docentes. Não obstante, a variação entre 2013/2014 e 2023/2024 foi superior no ensino politécnico (28%), em comparação com o ensino universitário (21%). Em 2023/2024, os docentes do ensino universitário continuaram a ser a maioria ao representarem cerca de 61% dos docentes do ensino superior face aos 39% dos que lecionam no politécnico.



Quase metade dos docentes têm mais de 50 anos

Analisando as caraterísticas demográficas dos docentes do ensino superior, verifica-se que mais de metade (53%) dos docentes, em 2023/2024, eram homens. Apesar de estarem em minoria, a proporção de docentes mulheres aumentou na última década de 44%, em 2013/2014, para 47% em 2023/2024.

No que concerne à idade, também no ensino superior a classe docente está cada vez mais envelhecida. Em 2023/2024, cerca de metade (47%) dos docentes tinham mais de 50 anos, um valor que contrasta com os 37% de docentes nesta faixa etária em 2013/2014, ou seja, em 10 anos a proporção de docentes com mais de 50 anos aumentou cerca de 10 pontos percentuais. No sentido inverso, menos de 6% dos docentes do ensino superior tinham menos de 30 anos e 17% estava na faixa etária dos 30-39 anos em 2023/2024.



70% dos docentes lecionam em instituições do ensino superior da região Norte e Área Metropolitana de Lisboa

Em 2023/2024, a categoria de Assistente (29,4%) foi a mais comum. Esta é, tipicamente, a categoria de início de carreira cujos salários são também mais baixos. De seguida encontravam-se os Professores Auxiliares (26,1%) do ensino universitário e os Professores Adjuntos (18,3%) do ensino politécnico. As categorias de topo da carreira tais como os Professores Catedráticos e os Professores Coordenadores Principais representaram cerca de 4% e 0,2% dos docentes do ensino superior, respetivamente.

Nove em cada dez docentes lecionava, em 2023/2024, em instituições na Área Metropolitana de Lisboa (38,2%), na região Norte (32,8%) ou Centro (20,2%) do país. O peso conjunto das restantes regiões foi inferior a 10%: Alentejo (4,1%), Algarve (2,9%) e as regiões autónomas da Madeira (1,1%) e dos Açores (0,6%).



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