4 a cada 10 docentes do pré-escolar, básico e secundário têm mais de 54 anos
setembro de 2025
O Dia Mundial do Professor, celebrado em 5 de outubro, é uma data dedicada a reconhecer e valorizar o papel essencial dos educadores na formação de indivíduos e no desenvolvimento da sociedade. Criado pela UNESCO em 1994, o dia destaca a importância da docência como profissão e reforça a necessidade de garantir condições dignas de trabalho, formação contínua e respeito a esses profissionais que inspiram, orientam e transformam vidas.
Para assinalar esta data, o EDUSTAT resume alguns dos indicadores sobre os docentes no sistema educativo em Portugal, designadamente nos ensinos pré-escolar, básico e secundário.
Os docentes do pré-escolar, básico e secundário aumentaram cerca de 6% na última década
Os docentes dos ensinos pré-escolar, básico e secundário superaram os 149 mil – mais precisamente 149.124 em 2023/24. Face a 2014/15, o número de docentes aumentou cerca de 5,6%, o que representa um acréscimo de mais de 7,8 mil neste período.
De 2014/15 em diante, o aumento foi contínuo, ultrapassando os 150 mil em 2020/21 e 2021/22. Nos anos subsequentes, contudo, verificou-se uma ligeira quebra: entre 2021/22 e 2023/24, o total de docentes diminuiu cerca de 1%, o que equivale a menos 1,5 mil profissionais.
O crescimento dos docentes foi superior no ensino pré-escolar e no 1.º ciclo do ensino básico
O aumento no número de docentes na última década não foi uniforme entre os diferentes níveis de escolaridade. O pré-escolar e o 1.º ciclo do ensino básico destacaram-se pelo forte crescimento de 9,7% e 12,4% entre 2014/15 e 2023/24, alcançando, nesse último ano letivo, os valores mais altos do período: 17,6 mil e 31,6 mil docentes, respetivamente.
Já no 3.º ciclo do básico e no secundário, o crescimento foi mais moderado, situando-se em 5,8%, o que corresponde a um aumento de 4,3 mil docentes, totalizando 77,6 mil em 2023/24. No sentido inverso, os docentes do 2.º ciclo do ensino básico reduziram 6,2%, atingindo o valor mais baixo da década, com 22,3 mil docentes em 2023/24.
Em termos de distribuição pelos diferentes níveis de escolaridade no ano letivo de 2023/24, mais de metade (52,1%) dos docentes lecionavam no 3.º ciclo do ensino básico e no ensino secundário, seguindo-se o 1.º ciclo do ensino básico (21,2%), o 2.º ciclo do ensino básico (14,9%) e, por fim, o ensino pré-escolar (11,8%).
A maioria dos docentes são mulheres, com mais de 45 anos e lecionam no ensino público
Quase 8 em cada 10 professores (78,3%) do pré-escolar, básico e secundário são mulheres. A predominância feminina está presente em todos os níveis de ensino, embora seja mais acentuada nos níveis iniciais: no pré-escolar, em 2023/24, 99% dos docentes eram mulheres e, no 1.º ciclo do básico, 88%. Já no 2.º ciclo do básico e no conjunto do 3.º ciclo e secundário, a proporção foi mais baixa, ainda que maioritária, fixando-se em 72,7% e 71,3%, respetivamente.
No que concerne à idade, os professores são uma classe cada vez mais envelhecida: em 2023/24, cerca de 4 a cada 10 docentes (39%) tinham 55 anos ou mais anos, enquanto menos de 6% tinham menos de 35 anos. A presença de professores mais velhos foi particularmente elevada no pré-escolar (41,4%) e no 2.º ciclo do básico (42,4%). Face a 2014/15, verificou-se um aumento da proporção de docentes mais velhos - com 55 ou mais anos - em todos os níveis de escolaridade, particularmente no pré-escolar (15,8% para 41,4%) e no 3.º ciclo do ensino básico e secundário (18,9% para 40,7%).
Relativamente à rede de ensino, a grande maioria (86,7%) lecionava no setor público. Em 2023/24, o peso do ensino público superava os 88% no básico e no secundário. Já no pré-escolar, onde a frequência até aos 5 anos não é obrigatória, o setor privado teve maior expressão, reunindo 39,8% dos docentes, face a 60,2% no público.
Um terço dos docentes leciona na região Norte
O crescimento do número de docentes de 5,6% entre 2014/15 e 2023/24 não se verificou de forma homogénea em todo o país. As regiões do Algarve (19,5%), Península de Setúbal (11,6%), Grande Lisboa (9,3%), Açores (6,5%) e Alentejo (6,2%) registaram um crescimento acima da média nacional. Já no Oeste e Vale do Tejo (5,4%), Centro (4%) e Norte (3,3%), a evolução foi mais moderada. Em sentido contrário, a Madeira apresentou uma quebra significativa, com menos 12,6% de docentes na última década.
Em 2023/24, mais de dois terços dos professores concentravam-se na região Norte (33,5%), Grande Lisboa (19,6%) e Centro (15,2%). As restantes regiões tinham um peso inferior a 10% cada: Península de Setúbal (7,5%), Oeste e Vale do Tejo (7,5%), Algarve (5%), Alentejo (4,8%), Madeira (3,7%) e Açores (3,4%).
Indicadores a explorar no EDUSTAT: